quarta-feira, 1 de junho de 2011

O que é nosso seminário?!

O seminário "Marco Regulatório e Novos Modais de Transporte de Massa em Florianópolis", é um evento de caráter institucional, organizado pela Comissão de Legislação Participativa da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, por proposição e iniciativa de sua presidenta, a deputada estadual Angela Albino (PCdoB/SC). O evento ocorrerá nas dependências da ALESC, no dia 30 de junho de 2011, e contará com a participação de diversos atores envolvidos diretamente com a temática mobilidade urbana e direito à cidade. 


Técnicos, acadêmicos, movimentos sociais, usuários, trabalhadores e operadores dos sistemas de transporte, agentes políticos e gestores debaterão ao longo de um dia, propostas, idéias e soluções para a crise de mobilidade que afeta hoje as médias e grandes cidades brasileiras, criando gargalos para o desenvolvimento social e econômico pleno e dificultando o acesso universal às conquistas da humanidade que se concentram hoje nas cidades.


Com foco na região metropolitana de Florianópolis, o seminário pretende apontar para a construção de um programa com pontos de ação de curto e médio prazo, que possam eventualmente tornar-se projetos de lei a serem apresentados pela Comissão de Legislação Participativa.



A estrutura do seminário será a de apresentação de painéis ao longo do dia, e um debate de mesa redonda na parte da noite. 


Participe!

Em debate o “Marco Regulatório do Transporte Coletivo de Florianópolis”.

Marco regulatório é um conjunto de normas, leis e diretrizes que regulam o funcionamento dos setores nos quais agentes privados prestam serviços de utilidade pública. Em fevereiro de 2009 a lei 034/99 que regia o Sistema de Transporte Coletivo de Florianópolis, findou em sua validade de dez anos de concessão, criando a oportunidade político-jurídica para a abertura de um debate com a sociedade, sobre as formas ali estabelecidas de regulação e se elas deram conta de atender o conjunto de demandas econômicas, sociais, ambientais e políticas de que necessita o bom funcionamento de um sistema de transporte coletivo.

Marcado por atender um contingente expressivo de moradores de Florianópolis e região metropolitana, mas também por paralisações constantes, enfrentamentos entre trabalhadores e empresários, movimentos sociais e gestores públicos, policiais e manifestantes, aumentos tarifários, queixas dos empresários do setor e de usuários, o transporte coletivo da grande Florianópolis encontra-se diante de uma encruzilhada, que definirá os caminhos pela qual ele percorrerá na próxima década.

De 2009 pra cá, poucos debates foram realizados com a sociedade no que tange os aspectos específicos do marco regulatório do sistema de transportes. Tramita na Câmara de Vereadores de Florianópolis uma licitação que definirá as empresas interessadas na concessão para a exploração desse serviço. Mas será que a concessão pública para a iniciativa privada é o único caminho a ser trilhado? Não estará essa mesma concessão na origem dos vários problemas de mediação entre os atores envolvidos?  

PROGRAMAÇÃO:

13h30 – Mesa de Abertura - Autoridades

Painel 01:
14h00 – 14h30: Apresentação de dados do Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Mobilidade Urbana (IPEA 2011). Como estamos nos deslocando pelas cidades?  


Roberto de Dokonal Duarte – Economista

Marcelo Pomar – Historiador 



Painel 02
14h30 –15h00: Aspectos legais do processo de licitação do Transporte Coletivo urbano de Florianópolis e formas de regulação como a concessão, a permissão e autorização. Análise das formas de Concessão patrocinada e Concessão administrada. 



Fernando Augusto Ferreira Rossa – Presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB/SC




15h00 – 15h30: Coffe Break


Palestra 01


15h30 – 16h45: A consolidação da lógica rodoviária de mobilidade. Novos modais e tecnologias e integração de transportes de massa para a região metropolitana. Perspectivas a partir da academia. 


Werner Krauss Jr.: Professor Adjunto do Departamento de Automação e Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Atuante na área de Controle de Tráfego Urbano, e Sistemas Inteligentes de Transportes.


Lino F. B. Peres: Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC, ex-verador da cidade de Florianópolis/SC.



Carlos R. Viera: GEMURB – Grupo de Estudos de Mobilidade Urbana da UFSC.



Palestra 02
16h45 – 18h00 Experiências concretas de modos alternativos de regulação dos sistemas de transporte coletivo (O caso de São Paulo, 1990).

Lúcio Gregori: Engenheiro civil por formação, aposentado pela CETESB, foi diretor técnico da EMPLASA da grande São Paulo, Secretário de Serviços e Obras e, posteriormente, Secretário de Transportes da prefeitura de São Paulo (1990-1992), durante o governo de Luiza Erundina. Co-autor do polêmico projeto ‘Tarifa Zero’ no transporte coletivo, e da Municipalização dos Transportes na capital paulista. 

Mauro Zilbovicius: Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade de São Paulo (1997), atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo e assessor do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Tem experiência na área de Engenharia de Produção, atuando principalmente nos seguintes temas: financeirização e seus impactos sobre as organizações produtivas, indústria automobilística e organização do trabalho. É co-autor do polêmico projeto ‘Tarifa Zero’ no transporte coletivo, e da Municipalização dos Transportes na capital paulista.

18h00 – 19h00: Coquetel com exposição fotográfica.

Mesa Redonda – “Marco Regulatório no serviço de Transporte Coletivo”
19hs – 22h00:

  • Ângela Albino                  Deputada Estadual (PCdoB/SC)
  • João Batista Nunes          Vice-prefeito de Florianópolis/Secretário de Transportes 
  • Ricardo Freitas                Estudioso da Mobilidade Urbana
  • Lino F. B. Peres               Universidade Federal de Santa Catarina
  • Lúcio Gregori                   Ex-secretário de Transportes de São Paulo (SP)            
  • Waldir Gomes                  Sindicato das Empresas Transporte Urbano de Florianópolis
  • Victor “Khaled” Calejon   Movimento Passe Livre (MPL – Florianópolis)








sexta-feira, 22 de abril de 2011

Introduções ao tema

“Hoje em dia, não se pode pensar em desenvolvimento econômico e social sem transporte. As pessoas precisam se deslocar para estudar, trabalhar, fazer compras, viajar e possuem cada vez mais a necessidade de estar em movimento. Verifica-se que as regiões mais desenvolvidas do Brasil possuem também os maiores indicadores de transportes, pois a evolução econômica traz consigo a necessidade de mais infraestrutura, em especial ligada à mobilidade urbana. Considerando os diversos tipos de transportes existentes no Brasil, como carro, moto, bicicleta, ônibus, a escolha depende de uma série de fatores como conforto, tempo de trajetória, segurança, custo e acessibilidade, entre outro (...) o meio de transporte mais utilizado pelos brasileiros para locomoção dentro da cidade, com pouco mais de 44%, é o transporte público, sendo este, em geral, o ônibus, seguido pelo transporte por carro, 23,8%, e por moto e a pé com valores similares, 12,6% e 12,3%, respectivamente.”
Sistema de Indicadores de Percepção Social de Mobilidade Urbana - IPEA – 2010

“As carências em serviços alimentam a especulação, pela valorização diferencial das diversas frações do território urbano. A organização dos transportes obedece a essa lógica e torna ainda mais pobres os que devem viver longe dos centros, não paenas porque devem pagar caro seus deslocamentos como porque os serviços e bens são mais dispendiosos nas periferias, num verdadeiro ciclo vicioso”.
MILTON SANTOS; A urbanização brasileira, p.106.       

“Tomando agora os problemas das metrópoles relacionados à mobilidade urbana, estudos estimaram que se os trabalhadores utilizassem de maneira produtiva o tempo gasto em transporte, no conjunto das metrópoles, tal fato significaria um aumento de cerca de 55 bilhões na renda do trabalho em um ano (em valores de março de 2004)”
LUIZ CÉSAR de QUEIROZ RIBEIRO e ORLANDO ALVEZ dos SANTOS Jr. ; As Metrópoles brasileiras: Territórios desgovernados, p.12

“Santa Catarina começou o ano com a venda de veículos novos acima da média nacional. Enquanto que no Brasil o crescimento foi de 12,83% (376.790 unidades vendidas), no Estado as vendas aumentaram 15% (18.551 unidades) (...) No segmento específico de automóveis, a diferença em Santa Catarina foi ainda maior. Foram comercializadas 9.458 unidades no Estado, um crescimento de 18,82%. ‘Com esses números, Santa Catarina passa a contar com uma frota circulante total de 3.453.998 veículos. Nesse ritmo, o Estado terá quatro milhões de automóveis em circulação até o final de 2012’, prevê Sérgio Ribeiro Werner, presidente da Fenabrave/SC. ‘É preciso que as principais obras de infraestrutura saiam do papel para absorver esse crescimento’”.
FENABRAVE/SC

“Vemos que as taxas de mortalidade juvenis (25,6 em 100 mil) das capitais são maiores do que as taxas totais dessas mesmas capitais (20,7 em 100 mil). Contudo, se até 2005 a evolução das taxas juvenis acompanhava de perto as taxas globais, a partir desse ano começa um processo relativamente inédito no histórico das estatísticas neste campo: as taxas globais caem enquanto as juvenis tendem a subir. Esse fato vai ser aprofundado no item relativo à vitimização juvenil. Via de regra, as taxas juvenis acompanharam vis-à-vis as taxas do conjunto da população” (...) “Capitais, como Teresina, Florianópolis ou Aracaju, que de uma situação de relativa tranqüilidade passam a ostentar elevados índices de violência no trânsito”.
Mapa da Violência do Ministério da Justiça 2011

“Depois de exaustivos e aprofundados estudos desenvolvidos dede o início da presente administração, incluindo as mais atualizadas técnicas de pesquisa, cálculos, simulações etc., alcançou-se a inelutável condição de que só tal solução – a redução a zero do valor nominal da tarifa – poderia afrontar eficazmente a tormentosa questão do transporte urbano”.
Projeto de Lei que criava a Tarifa Zero no transporte coletivo de São Paulo, 1990.